Olá família G6PD!
Hoje vamos falar sobre um estudo muito interessante, esse artigo foi publicado em Abril de 2019 super fresquinho. O interessante é que se trata do uso de Vitamina C intravenoso em casos de sepse e choque eptico em Deficientes de G6PD, sei que por muito tempo reforçamos a restrição da Vitamina C pura em sua forma concentrada, e ainda reforçamos essa restrição. Pelo menos até que tenhamos estudos mais claros sobre o tema.
Mas o que quero chamar a atenção é primeiro a forma de uso estudada, é de forma intravenosa, segundo é feito por especialista para tratamento de algo bem sério, ou seja, jamais será feito em casa por você mesmo, entende? Outro ponto extremante importante é que este estudo de certa forma nos tras mais uma vez a tranquilidade do uso da Vitamina C em polivitaminicos, caso o mesmo seja necessario, como sempre lembramos para seguir as orientações do seu médico! Esse estudo leva em consideração o caso do risco x benefício e que com a orientação correta é possivel sim ministrar um medicamento restrito em casos de extrema necessidade. Quero pesquisar mais as novas informações e assim trazer para vocês informações sérias e com responsabilidade como sempre visemos.
A baixo o estudo traduzido e em seguida o estudo em inglês (sua lingua original)
A vitamina C intravenosa é contra-indicada em pacientes com deficiência de G6PD?
Paul E. Marik
Critical Care volume 23, número do artigo: 109 (2019)
Existe um interesse crescente no uso de vitamina C intravenosa como tratamento adjuvante no tratamento de pacientes com sepse e choque séptico. Atualmente, existem pelo menos 20 ensaios clínicos randomizados em todo o mundo testando essa intervenção em pacientes com sepse. Quase todos esses estudos listam a deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) como critério de exclusão. Isso se baseia em alguns casos de hemólise em pacientes com deficiência de G6PD que receberam grandes doses farmacológicas de vitamina C IV (> 60 g) [1]. No entanto, a realidade é que a dose baixa moderada de vitamina C intravenosa pode ser o tratamento de escolha para hemólise induzida por medicamentos em pacientes com deficiência de G6PD. Dados in vitro, datados de 1979, demonstraram que a vitamina C em concentrações plasmáticas de até 5 mmol / l inibia a oxidação da oxihemoglobina e a formação do corpo de Heinz em eritrócitos deficientes em G6PD incubados com acetilfenil-hidrazina (uma droga oxidante forte) [2]. As concentrações séricas de vitamina C estão tipicamente na faixa de 200 a 600 umol / l quando administradas com 1,5 g IV a cada 6 horas. Além disso, relatos de casos e séries de casos demonstraram uma redução drástica da metahemoglobinemia e hemólise em pacientes tratados com vitamina C intravenosa em uma dose entre 1 e 10 g a cada 6 horas [3, 4]. De fato, a vitamina C intravenosa pode ser o tratamento de escolha em pacientes com deficiência de G6PD com hemólise induzida por drogas, uma vez que o azul de metila é contra-indicado nesses pacientes [3]. Esses dados sugerem que na dosagem atualmente sob investigação (6 g / dia), a vitamina C não deve ser considerada contra-indicada em pacientes com deficiência conhecida ou suspeita de G6PD. Isso é importante, pois a deficiência de GDPD não é incomum em pacientes de descendência africana e mediterrânea [5]. Além disso, a sepse per se pode causar metahemoglobinemia em pacientes com deficiência de G6PD e naqueles com função normal de G6PD.
Is intravenous vitamin C contraindicated in patients with G6PD deficiency?
Critical Care volume 23, Article number: 109 (2019)
There is increasing interest in the use of intravenous vitamin C as adjunctive treatment in the management of patients with sepsis and septic shock. Currently, there are at least 20 randomized controlled trials worldwide testing this intervention in patients with sepsis. Almost all of these trials list glucose-6-phosphate dehydrogenase (G6PD) deficiency as an exclusion criterion. This is based on a handful of cases of hemolysis in patients with G6PD deficiency who received large pharmacologic doses of IV vitamin C (> 60 g) [1]. However, the reality is that low-moderate dose intravenous vitamin C may be the treatment of choice for drug-induced hemolysis in patients with G6PD deficiency. In vitro data dating back to 1979 has demonstrated that vitamin C in plasma concentrations up to 5 mmol/l inhibited the oxidation of oxyhemoglobin and Heinz body formation in G6PD-deficient red cells incubated with acetylphenylhydrazine (a strong oxidizing drug) [2]. Serum concentrations of vitamin C are typically in the range of 200–600 umol/l when dosed with 1.5 g IV q 6 hourly. Furthermore, case reports and case series have demonstrated a dramatic reduction of methemoglobinemia and hemolysis in patients treated with intravenous vitamin C in a dose between 1 and 10 g q 6 hourly [3, 4]. Indeed, intravenous vitamin C may be the treatment of choice in G6PD-deficient patients with drug-induced hemolysis, as methyl blue is contraindicated in these patients [3]. These data suggest that in the dosage currently under investigation (6 g/day), vitamin C should not be considered contraindicated in patients with known or suspected G6PD deficiency. This is important, as GDPD deficiency is not uncommon in patients of African and Mediterranean descent [5]. Furthermore, sepsis per se may cause methemoglobinemia in both G6PD-deficient patients and those with normal G6PD function.
References
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Winterbourn CC. Protection by ascorbate against acetylphenylhydrazine-induced Heinz body formation in glucose-6-phosphate dehydrogenase deficient erythrocytes. Br J Haematol. 1979;41:245–22.
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