Sabemos que uma pessoa com Deficiência de G6PD segue uma lista de restrição, lista essa que contém uma série de substâncias indutoras de hemólise.
Em algumas listas consta a restrição de forma clara aos corantes artificiais, em outras não, porém em todas as listas consta restrições a Sulfas e Naftalenos.
Gravem bem esses dois nomes SULFAS E NAFTALENOS!
Sabemos que toda substancia encontrada na lista deve ser evitada, seja ela em medicamento ou alimento.
Muitos pais questionam o por que de alguns médicos não citarem ou orientarem a restrição ao corante artificial, e hoje vamos explicar o motivo.
Primeiro vou explicar como o projeto chegou a elaboração das Tabelas dos códigos dos corantes (aquela tabela que disponibilizamos que facilita a identificação do corante na hora de comprar um biscoito e afins).
No comecinho quando descobri a Deficiência no Arthur, recebi a lista da primeira Hematologista que fomos e a orientação dela foi de que os corantes “citados” na lista eram restritos, primeira grande falha que descobri, os tais “corantes” citados por ela eram as substancias AZUL DE METILENO e AZUL DE TOLUIDINA.
Aonde está a falha? A grande falha que muitos médicos cometem é que AZUL DE METILENO e AZUL DE TOLUIDINA não são corantes, e muito menos corantes alimentícios.
AZUL DE METILENO é um tipo de antisséptico.
AZUL DE TOLUIDINA é usado em contraste.
Conseguiram compreender a grande falha?
Então AZUL DE METILENO e AZUL DE TOLUIDINA são restritos, porém não são corantes alimentícios.
Corantes azuis artificiais são restritos, porém não por causa do azul de metileno ou azul de toluidina ( eles não levam essas substancias na composição, entendem?). Mas são sim restritos.
Vamos continuar.
Ao consultar outro médico a informação que obtive foi de que os corantes restritos eram apenas os corantes artificiais vermelhos, verdes e amarelos, outro médicos disse que não, apenas os azuis, roxo que marcavam a língua eram restritos, outro informou que todos os corantes eram restritos. Ao me deparar com tanta informação divergente eu fiz uma pergunta a todos eles, o que os corantes tinham que eram restritos? A resposta ou era apenas um silêncio ou um simples “eles causam hemolise”, mas o por que ninguém dizia.
Foi então que resolvi pesquisar a fundo, e busquei todas as informações que eu podia sobre os corantes alimentícios, até chegar em suas composições, foram meses de estudos analisando composição por composição e cheguei a informação que nenhum médico sabia me dá.
Os corantes artificiais citados como restritos possuem na sua composição duas substancias restritas a SULFA e o NAFTALENO. Por isso a exposição a tais corantes pode gerar uma hemolise.
Foi então que para facilitar a minha vida eu montei a tabela dos códigos INS dos corantes liberados, e através dessa tabela me guio para comprar as guloseimas do meu pequeno. Mas não poderia ficar com isso só pra mim, então compartilhei com o grupo tanto a informação como a tabela. Não só eu oriento, mas muitos médicos já tomaram consciência dessa informação.
Seguir as restrições dos corantes artificiais é mais simples do que parece, muitos pais se desesperam por acreditar que a criança não vai poder consumir nada, mas isso não é verdade, tudo que existe de guloseima com corante artificial, também existe com corante natural. É tudo questão de escolha, de substituição, seu filho(a) não vai deixar de comer uma bala por causa da Deficiência. Sem falar do beneficio de livrar nossas crianças dos corantes artificiais.
Mas pra frente trarei uma publicação mais aberta sobre os corantes restritos, com suas composições e as fontes das minhas pesquisas, também falando sobre o consumo a longo prazo, por hora espero ter ajudado. 😉